A supremacia da subjetividade e da imagem pessoal pós-modernas chegou de vez na política.

Esse mundo tão comentado pelos conceitos da pós-modernidade alcançou Brasília com um golpe certeiro. Nosso presidente espertamente esquivou-se livrando sua subjetividade. Para cada evidência contra seus asseclas, bastava um "não sei de nada". Isentando sua subjetividade pondo à prova sua imagem blindada, qualquer prova se tornava impotente. O filme sobre sua vida foi um fiasco de bilheterias. Era de se esperar. A sua biografia não precisa de um espelho tímido, seus atos governamentais não interessam tanto à sua popularidade quanto sua vida pessoal.

José Roberto Arruda nos fez ver esse fenômeno de perto por duas vezes. Numa paráfrase clássica, reencenou sua tragédia como farsa. Por duas vezes, sua imagem o derrubou. Se não tivesse jurado inocência no plenário do Senado e precisado confessar o contrário pouco depois, não renunciaria ao Senado pela quebra do painel de votação da Casa. Se não fosse ele mesmo filmado com dinheiro de propina em suas mãos, não seria o primeiro governador preso pela Polícia Federal após a redemocratização da República.
O que acontecerá agora com todos que foram personagens de escândalos nos últimos anos e sobre os quais não conhecemos punições? A solução para acabar com a impunidade está clara.
Precisamos de mais câmeras para mais gente não ter por que sorrir enquanto forem filmados.
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